Dr. Alberto Timm
Publicado
originalmente na Revista do Ancião (julho – setembro de
2007)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkENZTvzHa8xyXJge9-PqXljidkFRS0ZAbHh1dZ4vi5kvsM2oEKoBPIC1elc4Y6Q2WowkoHe8Br7e0Y6nn05OEDh2dw5U_PFLUfCH7UQHUlj3LPEAErfn1gfdY468FZ9bdYfXmhlTsiw/s1600/images.jpg)
O
fato de alguns patriarcas, como Noé (Gn 9:20, 21) e Ló (Gn 19:30-38), terem se embebedado
em determinadas ocasiões não provê o endosso divino à essa prática. Existiam
outros costumes antigos como, por exemplo, a poligamia, que era tolerada por Deus,
mas não sancionada por Ele. O mesmo Antigo Testamento, que menciona esses casos
de embriaguez, também adverte: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora;
todo aquele que por eles é vencido não é sábio” (Pv 20:1). “Não olhes para o
vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente.
Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco” (Pv 23:31, 32).
Tanto
o “bom vinho”, produzido por Cristo nas bodas de Caná da Galiléia (Jo 2:9, 10),
como o “fruto da videira”, usado por Ele na última ceia com os discípulos (Mc
14:23-25), são definidos por Ellen White como sendo “o puro suco de uva” não
fermentado (ver O Desejado de Todas as Nações, p. 149).
Descrevendo
a última ceia, ela afirma: “Acham-se diante dEle os pães asmos usados no
período da páscoa. O vinho pascoal, livre de fermento, está sobre a mesa. Estes
emblemas Cristo emprega para representar Seu próprio irrepreensível sacrifício.
Coisa alguma corrompida por fermentação, símbolo do pecado e da morte, podia
representar ‘o Cordeiro imaculado e incontaminado’” (Ibid., p. 653).
Quando
Paulo aconselha a Timóteo a não continuar bebendo “somente água”, mas também
“um pouco de vinho”, a razão é puramente medicinal, como evidencia a explicação
“por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades” (1Tm 5:23). Paulo
também exorta os crentes a não se embriagarem “com vinho, no qual há dissolução”
(Ef 5:18) e aos diáconos a não serem “inclinados a muito vinho” (1Tm 3:8). Alguns
alegam, com base nessa última declaração, que não podemos consumir “muito vinho”
fermentado, mas um pouco, sim. Porém, à luz de outras declarações de Paulo (ver
1Co 3:16, 17; 6:19, 20; 1Tm 3:2, 3, 11, etc.), podemos inferir que a mera
diminuição no consumo de vinho fermentado não é o ideal divino, mas apenas um
paliativo que deve culminar na completa abstinência.
Em
resposta aos que procuram justificar o uso moderado de vinho fermentado, Samuele
Bacchiocchi afirma em seu livro Wine in the Bible: A Biblical Study on the
Use of Alcoholic Beverages (Berrien Springs, MI, Biblical
Perspectives, 1989, p. 248), que “adicção a algo que é intrinsecamente mau é
sempre moralmente errado, quer seja moderado ou excessivo”. E Ellen White
acrescenta: “Quanto ao chá, ao café, fumo e bebidas alcoólicas, a única atitude
segura é não tocar, não provar, não manusear” (A Ciência do Bom Viver,
p. 335). “Quando a temperança for apresentada como parte do evangelho, muitos
notarão sua necessidade de reforma. Perceberão o mal das bebidas intoxicantes,
e que a completa abstinência é a única plataforma sobre a qual o povo de Deus
pode conscienciosamente permanecer” (Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p.
75).
Título Original: Como
entender a questão do uso do vinho na Bíblia?
Nenhum comentário:
Postar um comentário