quarta-feira, 3 de abril de 2013

Frases Poderosas Sobre Oração



“A oração é a irmã trêmula do amor.” Victor Hugo

“A função da oração não é influenciar Deus, mas especialmente mudar a natureza daquele que ora.” Soren Kierkegaard

“A oração é o suor da alma.” Martinho Lutero

“A oração torna nossos corações transparentes e só um coração transparente pode escutar a Deus !” Madre Teresa de Calcutá

“A oração é o encontro da sede de Deus e da sede do homem.” Agostinho de Hipona

“Uma lágrima se evapora, uma flor murcha, só a oração chega ao trono de Deus.” Agostinho de Hipona

“A oração deve procurar tornar-se uma atitude que se prolonga na ação." René Voillaume

“A oração acontece quando a alma decide compartilhar seus segredos com Deus.” Day Anne

“Aquilo que você não consegue realizar em pé, talvez de joelhos dobrados você consiga. Oração não é varinha de condão mas move o céu!” Day Anne

“A oração é a vereda silenciosa que nos conduz diretamente ao coração de Deus; é o respiro da alma que nos doa novamente paz nas tempestades da vida!". Joseph Alois Ratzinger

"O alvo da oração é o ouvido de Deus” Charles Spurgeon

“A Oração Cria VIDA e Muda a Vida.” Tiago Rodrigo

“Para orarmos, devemos entender que temos regras a seguir: Vigiar e Perseverar. Sem isto nossa oração é falha.” Elisabeth Lorena Alves

“Devemos confiar em Deus, não na oração. Mas é pela oração que confiamos.” Antonio Francisco

“A oração é o elo mágico que nos coloca em perfeita comunhão com Deus. Não existe outro caminho.” Ana Stoppa

“O homem quer seu dinheiro, o diabo sua alma, e Deus sua oração.” Claudiney Ribeiro

“É no solo da ausência da oração que se colhe farta abundância de pecado” Cleiton Ferreira Rocha

“Assim como limpamos o corpo todos os dias, precisamos higienizar a mente através da oração.” Alice Boaventura

“A oração é o único salva-vidas capaz de resgatar multidões simultaneamente, das águas turbulentas da vida.” Day Anne

“A oração, é a forma mais sincera de se chegar à Deus, onde as palavras surgem do coração, e se evaporam em lágrimas.” Karine Axer

“Oração não é pedir. É um anseio da alma. É uma admissão diária das próprias fraquezas. É melhor na oração ter um coração sem palavras do que palavras sem um coração.” George S. Patton

“Não tente conseguir com as mãos o que só pode ser alcançado com a oração.” Thiago Grulha

“A oração é um mensageiro rápido que, num piscar de olhos, pode ir ao Céu e voltar com uma resposta”. William Plumer

“As pessoas podem recusar o nosso amor ou nossas palavras, mas não tem defesas contra as nossas orações”. Rick Warren

“Não oraremos de uma maneira correta a menos que a preocupação por nossa própria salvação e zelo pela glória de Deus sejam inseparavelmente entrelaçados em nossos exercícios.” João Calvino

“Aquele que confia ma providência divina deve fugir para Deus com orações e forte clamor.” João Calvino

“A oração é o antídoto para todas as nossas aflições.” João Calvino

"Tenho tanto para fazer hoje que acho que passarei as primeiras três horas em oração" Martinho Lutero

“A oração é o ofício do cristão.” Matinho Lutero

“A oração é um instrumento poderoso, não para fazer com que a vontade do homem seja feita no céu, mas para fazer com que a vontade de Deus seja feita na terra.” Robert Law

“Sempre que Deus tenciona exercer misericórdia para com seu povo, a primeira coisa que faz é levá-lo a orar.” Matthew Henry

“ O que o homem é, é sobre seus joelhos diante de Deus, e nada mais.” Robert McCheyne

“Sussurros que não podem ser expressos em palavras são frequentemente orações que não podem ser recusadas.” Charles Spurgeon

“As minhas orações não mudam a Deus, mudam a mim mesmo.” C. S. Lewis

“ A boa pregação nasce da boa oração.” John Piper

“A oração apossa-se da Onipotência, e alcança para nós a vitória.” Ellen G. White

“A oração não faz Deus descer até nós, mas eleva-nos a Ele.” Ellen G. White

“Um dia veremos que as orações desatendidas e as esperanças frustradas tem lugar entre as nossas maiores bênçãos.” Ellen G. White

“Enquanto empenhados em nosso trabalho diário, devemos erguer a alma ao Céu em oração. Essas silenciosas petições ascendem como incenso perante o trono da graça; e o inimigo é confundido.” Ellen G. White

“Os ministros de Cristo devem vigiar em oração. Eles podem ir com ousadia ao trono da graça, levantando mãos santas, sem ira nem contenda. Podem, com fé, suplicar do Pai celestial sabedoria e graça, a fim de que possam saber trabalhar e lidar com o espírito das pessoas.” Ellen G. White

“A oração é a respiração da alma. É o segredo do poder espiritual. Nenhum outro meio de graça a pode substituir, e a saúde da alma ser conservada. A oração põe a alma em imediato contato com a Fonte da vida, e fortalece os nervos e músculos da vida religiosa.” Ellen G. White

“Os mensageiros de Deus devem demorar-se longamente com Ele, se querem ter êxito em sua obra.” Ellen G. White

“Os pastores que forem verdadeiros representantes de Cristo serão homens de oração.” Ellen G. White

“A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo.” Ellen G. White

“Vigiar, orar e trabalhar - eis a divisa do cristão.” Ellen G. White

“A vida de um verdadeiro cristão, é de oração constante.” Ellen G. White

“Às orações que em particular dirigis, em cansaço, em provação, Deus responde, nem sempre segundo a vossa expectativa, mas sempre para o vosso bem.” Ellen G. White








terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Salvo Por Um Dia




Introdução

Deus me salva nas primeiras horas de cada manhã para que eu possa ser santo durante o dia. Sem o recebimento diário do poder que vem da Palavra não conseguirei viver como filho de Deus, pois a todos que o receberam deu lhes poder de serem feitos de Deus. Sem projetar em primeiro lugar o poder de Deus em minha vida, nesse dia serei controlado por minha carnalidade.

Essa é a linha central da vitória da vida cristã, buscar Deus nas primeiras horas de cada dia para ser santo na vida de oração, para que como santo possa santificar o sábado. Para adorar devidamente a Deus com os dízimos e ofertas também preciso ser um santo, que busca poder na palavra nas primeiras horas de cada dia.

Compreenderemos que para adorar a Deus em Espírito e em verdade no templo vivo do corpo é indispensável que Ele seja o primeiro em minha vida nas primeiras de cada dia. Para ser um instrumento de salvação, tenho que experimentar diariamente as bênçãos da comunhão no início de cada dia e para viver em santidade eu preciso ser salvo nas primeiras horas de cada dia.

Salvação por um dia, o que a Bíblia e o Espírito de Profecia falam a respeito deste assunto? Como o fato de que a salvação é por um dia deve afetar as minhas prioridades diárias? De onde vem esse princípio de que sou salvo dentro de uma unidade de tempo chamada dia?

 No princípio Deus agiu para colocar todas as coisas em ordem “No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o espírito de Deus pairava por sobre as águas” - Gênesis 1:1-2.

Assim como Deus agiu no princípio deste mundo para colocar todas as coisas em ordem, Ele também deseja agir no começo de cada dia para colocar em ordem a nossa vida segundo a Sua vontade. Por que Ele quer atuar nas primeiras horas de cada dia? Vamos estudar as razões pelas quais devemos buscar a Deus nas primeiras horas de cada dia.

I.         É uma ordem vinda de Jesus...

Ele ordenou: “buscai, pois em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas” - Mateus 6:33.

O crente deve acordar cada manhã respirando Jesus. Despertar com fome e sede da palavra de Deus, assim como o corpo sente necessidade de ter a mais importante refeição pela manhã, da mesma forma o nosso coração necessita da primeira refeição espiritual antes de qualquer outra atividade.

Qual é o maior desejo de sua alma todas as manhãs quando se levanta? Caso o seu primeiro desejo não seja ir a presença de Deus para orar e estudar as Sagradas escrituras, tem algum erro gravíssimo em sua vida.

Jesus ordena que Deus deve ser o primeiro. Então, quando se levantar, antes do banho, antes de trocar de roupa, ou de qualquer outra atividade por mais elementar que seja, primeiro vá á presença de Deus para que sua alma receba poder para você ser santo durante aquele dia. Sem esse poder, esse dia será um fracasso em todos os sentidos.
  
Por que Deus deve vir em primeiro lugar? Caso você faça qualquer coisa por mais simples que seja logo que se levantar pela manhã, o seu coração vai lhe trair. Tudo que o nosso coração carnal deseja é que Deus seja colocado em segundo lugar, quando isso acontece, ele lhe engana. Deuteronômio 11:16, diz que devemos ser cuidadosos para que nosso coração não nos engane. Ele é perverso e corrupto e devemos guardá-lo cuidadosamente porque dele procede a saída da vida diariamente. Quando me acordar pela manhã não tem conversa, outros planos ou desculpa, primeiro Deus em minha vida e ponto final.

II.        Deus tem uma programação diária para minha vida

Salmo 139:16 diz: “Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nenhum deles havia ainda.”

O que é planejamento? Dentre as várias definições de planejamento que existem, vamos considerar esta: planejar é dizer ou escrever antecipadamente o que se pretende fazer dentro de um determinado período de tempo.

No salmo que acabamos de ler, está clara a ideia de que Deus tem um planejamento diário para cada pessoa que deseja viver em santidade cada dia.

Quando me levanto pela manhã minha primeira preocupação deve ser: qual é a programação de Deus para minha vida hoje? Onde está essa programação? O  planejamento diário de Deus está no Livro dEle, a Bíblia, nela está toda a Sua vontade  para que seu dia seja abençoado e para que você possa viver como um santo.

O que devo fazer para descobrir a programação de Deus para minha vida cada dia?
Quando me levanto pela manhã, antes de qualquer outra atividade, devo pegar minha Bíblia e em profunda dependência de Jesus e livre de qualquer idéia preconcebida, devo pedir á pessoa do Espírito Santo que conduza a minha mente a uma clara compreensão da vontade de Deus naquele dia no Livro Sagrado.

Deixe Ele lhe falar e vá reagindo em oração á medida que a clara vontade dEle for sendo revelada. Vamos imaginar o que o Espírito Santo lhe conduziu ao Salmo 119 e de repente você se depara e sente algo diferente no versículo 105. O que fazer? Em oração fale com Ele, que você O ama, glorifique o nome dEle, agradeça pela palavra que vai ser o seu guia durante aquele dia. Diga que sem a luz que está a sua disposição você cairia em muitos abismos, mas, que você O louva porque naquele dia terá uma visão clara do caminho. Prossiga a leitura e enquanto Deus fala pela Bíblia, fale com Ele em  oração e assim o Espírito Santo vai lhe dar poder para você viver como santo durante aquele dia.     

Antes de pregar experimente isso em seu encontro pessoal com Deus e então treine a igreja usando o salmo acima ou outra passagem que desejar.

O Diabo também tem uma programação para vida de cada pessoa. Em Mateus 6:34 lemos que basta para cada dia o seu próprio mal.

O objetivo do programa de Deus é neutralizar as estratégias do inimigo para a sua vida cada dia. Você quer buscar Deus nas primeiras horas de cada dia e viver ou quer ser escravo da maldade de Satanás para a sua vida a cada dia? A falta de relacionamento diário com Deus afeta nosso discernimento em todos os aspectos da vida. Especialmente os da Mordomia Cristã.

III.      O homem interior deve se renovar cada dia

O ensino da Bíblia é claro e direto, a salvação do poder do pecado é por um dia. A teoria de que uma vez salvo, salvo para sempre não é bíblica. As pessoas salvas da pena do pecado (adquirida por ocasião da aceitação de Cristo como Salvador) e que estão a caminho da eternidade ou da salvação da presença do pecado (Quando Jesus voltar e nos transformar), tem que ter em mente que a salvação do poder do pecado é diária, e  deve ser desenvolvida com temor e tremor a cada dia.  Escutemos o que Bíblia diz:

O nosso homem interior se renova de dia em dia ... II Cor. 4:16

Dia após dia, morro! I Cor. 15:31, para que possa aperfeiçoar a minha santidade no temor de Deus  II Cor. 7:1.

“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” Rom. 12:2.  Exortai-vos mutuamente cada dia, durante o dia que se chama hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo poder do pecado. Hoje se ouvirdes a sua voz não endureçais o vosso coração Heb. 3:13 e 15.

“Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora o dia da salvação” – II Cor. 6:2

“Santicai-vos hoje porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós” - Josué 3:5.

IV.      Para ter paz e alegria no coração

Jeremias 15:16  - “Achadas as tuas palavras logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, Ó Senhor, Deus dos Exércitos”.

Três questões merecem nossa atenção neste versículo:

- Achadas as tuas palavras – Achar pressupõe o que? Para achar preciso procurar, então quando me levanto pela manhã, a palavra não vai me procurar, mas, sou eu quem devo procurá-la. Tenho que buscar a Deus nas primeiras horas de cada dia e não deve ser uma busca superficial, mas de todo o meu coração, o próprio Jeremias caracteriza o tipo da busca: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.” Jer. 29:13. A minha alma necessita do salvador cada manhã, sem Ele ela fica vazia,  desordenada e sem direção.

- Logo as comi – Não é suficiente dizer que a palavra é importante, que é boa, que é divina, que salva. É preciso comer a palavra, colocar o alimento divino no meu coração. Somente assim seus nutrientes entrarão na corrente sanguínea da alma e passarei ter vida e energia do poder que vem de Deus direto para minha vida.

- As tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração – Quem decide priorizar a busca de Deus nas primeiras horas de cada, vai ter paz e alegria no decorrer do mesmo. “Nas primeiras horas do novo dia o Senhor despertava de seu repouso e sua alma e lábios eram ungidos de graça para que a pudesse transmitir a outros” - Parábolas de Jesus, pág. 139.

Conclusão

Andar com Deus e aprofundar nosso relacionamento com Ele é uma questão de vida e longevidade. Em Deuteronômio 30:20, lemos: “Amando ao Senhor, teu Deus, dando ouvidos à Sua voz e apegando-te a Ele; pois disto depende a tua vida e longevidade...”

Andar com Deus diariamente nos permitirá viver um cristianismo real e autêntico. O recebimento da unção diária do Espírito Santo traz em Si toda a vida e o poder de Cristo que nos faz mais do que vencedores, em todas as circunstâncias.

Andar com Deus diariamente nos mantêm ligados ao céu e recebemos uma influência transformadora direta do Senhor Jesus Cristo. “Quem usa a completa armadura de Deus e separa algum tempo cada dia para meditar e orar, e também para estudar as Escrituras, estará ligado ao Céu e terá uma influência transformadora e salvadora sobre os que o rodeiam. Terá importantes pensamentos, nobres aspirações e claras percepções da verdade e da obra de Deus. Anelará pela pureza, pela luz, pelo amor, e por todas as graças celestiais” - Testimonies, Vol. 5, pág. 112.

Fonte: Sermão da Semana de Mordomia de 2006
  


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Esclarecimentos Sobre o Dízimo





Baseado na Bíblia, Espírito de Profecia e Manual da Igreja.

  1-A Igreja Adventista do Sétimo Dia está falhando em incentivar constantemente (através de sermões, folhetos e testemunhos) a fiel devolução dos dízimos?

R: Esse princípio precisa ser frequentemente apresentado aos homens relaxados em seu dever para com Deus, e que são negligentes e descuidados em levar-lhe seus dízimos, dádivas e ofertas.  Testemunhos para Ministros, p. 306.

2-      É o sistema de dízimos válido em nossos dias?

R: O sistema especial de dízimos baseia-se em um princípio tão duradouro como a lei de Deus. Esse sistema foi uma bênção ao povo judeu, do contrário o Senhor não lho haveria dado. Assim será igualmente uma bênção aos que o observarem até ao fim do tempo. Nosso Pai celeste não instituiu o plano da doação sistemática com o intuito de enriquecer-Se, mas para que o mesmo fosse uma grande bênção ao homem. Viu que o referido sistema era exatamente o que o homem necessitava. Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 385.

   3-      O que impede algumas pessoas de serem fiéis dizimistas?

R: Um espírito mesquinho e egoísta impede os homens de darem a Deus o que Lhe pertence. O Senhor fez um concerto especial com o homem, de que se eles separassem regularmente a parte destinada ao avanço do reino de Cristo, Ele os abençoaria abundantemente, de tal modo que não haveria mais lugar para receber-Lhe as dádivas. Mas se os homens retiverem o que pertence a Deus, o Senhor declara abertamente: "Com maldição sois amaldiçoados." Mal. 3:9. Conselhos Sobre Mordomia, p. 77.

Vi que alguns se têm escusado de ajudar à causa de Deus por terem dívidas. Tivessem eles examinado cuidadosamente seu próprio coração, e teriam descoberto que a verdadeira razão de não levarem a Deus oferta voluntária era o egoísmo. Alguns sempre continuarão devendo. Devido à sua cobiça, a mão prosperadora do Senhor não estará com eles, para lhes abençoar os empreendimentos. Amam mais a este mundo do que à verdade. Não estão sendo habilitados e preparados para o reino de Deus. Testimonies, vol. 1, pág. 225.

   4-      Como devem ser devolvidos os dízimos?

R: Essa questão de dar não é deixada ao impulso. Deus nos deu instrução a esse respeito. Especificou os dízimos e ofertas como sendo a medida de nossa obrigação. E Ele deseja que demos regular e sistematicamente. ... Examine cada qual suas rendas com regularidade, pois são todas uma bênção de Deus, e ponha de parte o dízimo como um fundo separado, para ser sagradamente do Senhor. Em caso algum deve ser esse fundo dedicado a qualquer outro uso; deve ser unicamente dedicado ao sustento do ministério do evangelho. Depois de ser o dízimo posto à parte, sejam as dádivas e ofertas proporcionais: "conforme a sua prosperidade". I Cor. 16:2. Review and Herald, 9 de maio de 1893.

   5-      Não dizimar é pecado?

R: Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Malaquias 3:8-9

Não Furtarás. Êxodo 20:15

Coisa séria é apropriar-se dos bens do Senhor, praticar furto para com Deus; pois, ao fazê-lo, as percepções se tornam pervertidas e o coração, endurecido. Quão árida é a experiência religiosa, quão nublado o entendimento daquele que não ama a Deus com amor puro e abnegado, e que, portanto, deixa de amar ao próximo como a si mesmo. Conselhos Sobre Mordomia, p. 86.

Defraudar o Senhor é o maior crime de que um homem pode ser culpado; e ainda assim é esse pecado profunda e amplamente difundido. Review and Herald, 13 de outubro de 1896.


   6-      Deve um não dizimista ocupar algum cargo na igreja?

R: É o dever dos anciãos e oficiais da igreja instruir o povo nessa importante questão, e pôr as coisas em ordem. Como coobreiros de Deus, devem os oficiais da igreja ser corretos nesse assunto claramente revelado. Devem os próprios pastores ser estritos quanto a executar ao pé da letra os preceitos da Palavra de Deus. Os que ocupam posição de responsabilidade na igreja não devem ser negligentes, devem antes fazer com que os membros sejam fiéis em cumprir esse dever. ... Sigam os anciãos e oficiais da igreja a orientação da Palavra Sagrada, e insistam com os membros sobre a necessidade de ser fiéis em pagar os votos, dízimos e ofertas. Review and Herald, 17 de dezembro de 1889.

Todos os oficiais devem ser exemplos na questão de devolver um dízimo fiel para a igreja. Alguém que falhe em ser tal exemplo não deve ser eleito para um cargo na igreja. Manual da Igreja, p. 74, Edição 2010.

Nota: Nós como cristãos devemos ser fiéis a Deus nos dízimos e ofertas. Devemos também incentivar os infiéis a mudarem de atitude e não defender a infidelidade. Como corpo de Cristo devemos agir fundamentados na Bíblia, Espírito de Profecia e Manual da Igreja. 
                                                                                                                Pr. Oberdan Rocha

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A Experiência de Ellen G. White no Desapontamento de 1844



Com vigilância e tremor aproximávamo-nos do tempo em que se esperava aparecesse o nosso Salvador. Com solene fervor, buscávamos, como um povo, purificar nossa vida a fim de estar prontos para O encontrar em Sua volta. Ainda se realizavam reuniões em casas particulares em diferentes partes da cidade, com os melhores resultados. Os crentes animavam-se a trabalhar por seus irmãos e parentes, e dia a dia multiplicavam-se as conversões.

Reuniões no Salão Beethoven

Apesar da oposição dos ministros e igrejas, o Salão Beethoven, na cidade de Portland, ficava repleto todas as noites. Especialmente aos domingos havia ali grande congregação. Todas as classes afluíam a essas reuniões. Ricos e pobres, grandes e humildes, ministros e leigos, estavam todos por vários motivos, ansiosos por ouvir a doutrina do segundo advento. Muitos vinham e, não encontrando lugar nem para ficarem de pé, voltavam desapontados.

A ordem seguida nas reuniões era simples. Fazia-se usualmente um breve e incisivo discurso, concedendo-se em seguida liberdade para exortações gerais. Havia, em regra, o maior silêncio possível a uma tão grande multidão. O Senhor continha o espírito de oposição enquanto Seus servos expunham as razões de sua fé. Algumas vezes o instrumento era fraco, mas o Espírito de Deus dava peso e poder à Sua verdade. Sentia-se a presença dos santos anjos na assembleia, e várias pessoas eram acrescentadas diariamente ao pequeno núcleo de crentes.

Uma ocasião, enquanto o Pastor Stockman estava pregando, o Pastor Brown, pastor batista cristão, estava assentado à plataforma, escutando o sermão com intenso interesse. Ficou profundamente comovido e subitamente seu rosto empalideceu como o de um morto; vacilou na cadeira, e o Pastor Stockman tomou-o nos braços precisamente quando ia caindo ao chão, e o deitou no sofá atrás do estrado, onde ficou sem forças até o sermão terminar.

Levantou-se então, com o rosto ainda pálido, mas resplendente com a luz do Sol da Justiça, e deu um testemunho muito impressionante. Parecia receber santa unção do alto. Ele tinha por costume falar vagarosamente, com uma maneira fervorosa, sem qualquer agitação. Nessa ocasião, suas palavras, solenes e comedidas, traziam consigo um novo poder.

Relatou sua experiência com tal simplicidade e candura, que muitos dos que antes haviam tido preconceito foram tocados até chorar. Sentia-se a influência do Espírito Santo em suas palavras, e via-se em seu rosto. Com santa exaltação, declarou ousadamente que havia tomado a Palavra de Deus como sua conselheira; que se lhes haviam dissipado as dúvidas e confirmado a fé. Com fervor convidou seus irmãos os ministros, os membros da igreja, os pecadores e incrédulos para examinarem a Bíblia por si mesmos, e insistiu que não deixassem ninguém afastá-los do propósito de descobrir a verdade.

Ao terminar ele de falar, os que desejavam as orações do povo de Deus foram convidados a se levantar. Centenas atenderam ao convite. O Espírito Santo repousava sobre a assembléia. O Céu e a erra pareciam aproximar-se. A reunião durou até avançada hora da noite. O poder do Senhor foi sentido sobre jovens, adultos e idosos.

O irmão Brown não se desligou então nem mais tarde da Igreja Cristã, mas seus seguidores lhe tiveram sempre grande respeito.

Feliz Expectativa

Ao voltarmos para casa por vários caminhos, ouvia-se de uma direção uma voz louvando a Deus, e, como que em resposta, vozes de um, outro e de mais outro lado bradavam: "Glória a Deus, o Senhor reina!" Os homens recolhiam-se a casa com louvores nos lábios, e aquele som alegre repercutia pelo ar silencioso da noite. Ninguém que haja assistido a essas reuniões poderá jamais esquecer aquelas cenas do mais profundo interesse.

Aqueles que amam sinceramente a Jesus podem apreciar os sentimentos dos que aguardavam com o mais intenso anelo a vinda de seu Salvador. Aproximava-se o dia em que era esperado. Pouco faltava para que chegasse o momento em que esperávamos encontrá-Lo. Aproximávamo-nos dessa hora com tranquila solenidade. Os verdadeiros crentes permaneciam em doce comunhão com Deus - um prelúdio da paz que esperavam desfrutar no brilhante além. Ninguém que haja experimentado essa esperança e confiança, poderá jamais esquecer essas preciosas horas de expectativa.

As ocupações mundanas na maior parte foram abandonadas durante algumas semanas. Cuidadosamente examinávamos todo pensamento e emoções do coração, como se estivéssemos em nosso leito de morte, e devêssemos em poucas horas fechar para sempre os olhos para as cenas terrestres. Não se fizeram para aquele grande acontecimento "roupa para ascensão". Sentíamos a necessidade de uma prova íntima de que estávamos preparados para encontrar a Cristo, e de que os nossos vestidos brancos eram a pureza de alma, o caráter purificado do pecado pelo sangue expiatório de nosso Salvador.

Dias de Perplexidade

O tempo de expectação, porém, passou. Esta foi a primeira prova severa a que foram submetidos os que criam e esperavam que Jesus viesse nas nuvens do céu. Grande foi o desapontamento do povo expectante de Deus. Os escarnecedores estavam triunfantes, e ganharam para as suas fileiras os fracos e covardes. Alguns que aparentavam possuir fé verdadeira pareciam ter sido influenciados apenas pelo medo; e, com a passagem do tempo, recobravam ânimo, e audazmente se uniam aos escarnecedores, declarando que nunca haviam sido iludidos de modo a crer realmente na doutrina de Miller, que era um fanático doido. Outros, mais acomodados ou vacilantes, abandonaram a causa sem dizer palavra.

Estávamos perplexos e desapontados, contudo não renunciávamos à nossa fé. Muitos ainda se apegavam à esperança de que Jesus não demoraria muito Sua vinda; a palavra do Senhor era certa e não podia falhar. Sentíamos que havíamos cumprido nosso dever, que tínhamos vivido de acordo com nossa preciosa fé; fôramos desapontados, mas não desanimados. Os sinais dos tempos denotavam que o fim de todas as coisas estava às portas; precisávamos vigiar e conservar-nos de prontidão para a vinda do Mestre em qualquer tempo, aguardando, confiantes e esperançosos, sem deixar de reunir-nos para nos instruir, animar e consolar, a fim de que nossa luz pudesse resplandecer nas trevas do mundo.

Um Erro na Contagem

Nosso cálculo do tempo profético era tão simples e claro que mesmo as crianças o poderiam compreender. A contar da data do decreto do rei da Pérsia como se encontra no capítulo 7 de Esdras, o qual foi baixado no ano 457 antes de Cristo, supunha-se que os 2.300 anos de Daniel 8:14 terminariam em 1843. De acordo com isso aguardávamos a vinda do Senhor no fim desse ano. Ficamos tristemente desapontados quando o ano passou completamente, e o Salvador não veio.

Não se percebeu a princípio que, se o decreto não tivesse sido baixado no princípio do ano 457 a.C., os 2.300 anos não se completariam no fim de 1843. Verificou-se, porém, que o decreto fora emitido próximo do final do ano 457 a.C., e, portanto, o período profético deveria atingir o outono do ano 1844. Por conseguinte, a visão do tempo não tardara, posto que houvesse parecido assim ser. Aprendemos a confiar na linguagem do profeta: "A visão é ainda para o tempo determinado, e até o fim falará, e não mentirá: se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará." Hab. 2:3.

Deus experimentou e provou o Seu povo com a passagem do tempo em 1843. O erro cometido na contagem dos períodos proféticos não foi logo descoberto, mesmo por homens instruídos que se opunham às opiniões dos que esperavam a vinda de Cristo. Os doutos declaravam que o Sr. Miller estava certo em seu cálculo relativo ao tempo, conquanto discordassem dele no tocante ao acontecimento que viria coroar aquele período. Todavia eles, bem como o povo expectante de Deus, estavam em erro comum relativamente ao tempo.

Aqueles que ficaram desapontados não foram por muito tempo deixados em trevas; pois, pesquisando os períodos proféticos com oração fervorosa, foi descoberto o erro, assim como delinear do lápis profético através do tempo de espera. Na alegre expectativa da vinda de Cristo, a demora aparente da visão não fora tomada em consideração, por isso ocorre uma triste e inesperada surpresa. Contudo, essa mesma prova foi necessária para alentar e fortalecer na verdade os crentes sinceros.

Esperanças Renovadas

Nossas esperanças centralizaram-se então na vinda do Senhor em 1844. Esse era também o tempo para a mensagem do segundo anjo, que, voando pelo meio do céu, clamou: "Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade." Apoc. 14:8. Aquela mensagem foi pela primeira vez proclamada pelos servos de Deus no verão de 1844 e, como resultado dela, muitos abandonaram as igrejas caídas. Em conexão com essa mensagem deu-se o clamor da meia-noite. "Aí vem o esposo, saí-Lhe ao encontro." Mat. 25:6. Em toda parte do país, raiou a luz no tocante a essa mensagem e o clamor despertou a milhares. Foi de cidade a cidade, de aldeia a aldeia, às mais afastadas regiões do país. Atingiu os cultos e talentosos, bem como os obscuros e humildes.
Esse foi o ano mais feliz de minha vida. Meu coração transbordava de alegre expectativa; mas sentia grande dó e ansiedade pelos que se achavam desanimados e não tinham esperança em Jesus. Unimo-nos, como um só povo, em fervorosa oração para alcançar uma verdadeira experiência e inequívoca prova de nossa aceitação da parte de Deus.

Uma Prova de Fé

Necessitávamos de grande paciência, pois os escarnecedores eram muitos. Éramos frequentemente abordados com irônicas referências ao nosso desapontamento anterior. As igrejas ortodoxas usaram de todos os meios para impedir que se propagasse a crença na próxima vinda de Cristo. Nas suas reuniões não se dava liberdade àqueles que costumavam mencionar sua esperança na próxima vinda de Jesus. Os que professavam amar a Jesus escarnecedoramente rejeitavam as boas novas de que Aquele que diziam ser o seu melhor Amigo, devesse logo visitá-los. Estavam agitados e enraivecidos contra os que proclamavam as novas de Sua vinda e se regozijavam de muito breve contemplá-Lo em glória.

Um Período de Preparo

Cada momento me parecia ser da máxima importância. Eu pressentia que estávamos trabalhando para a eternidade, e que os descuidosos e indiferentes se achavam no maior perigo. Nada me obscurecia a fé, e eu me apegava às preciosas promessas de Jesus. Ele dissera a Seus discípulos: "Pedi, e recebereis." João 16:24. Eu cria firmemente que todo pedido de acordo com a vontade de Deus certamente me seria concedido. Prostrei-me humildemente aos pés de Jesus, com o coração em harmonia com a Sua vontade.
Muitas vezes visitava famílias e empenhava-me em fervorosa oração com aqueles que estavam oprimidos por temores e desânimo. Minha fé era tão forte que nunca duvidava, um momento que fosse, de que Deus atendesse as minhas orações. Sem uma única exceção, fruíamos a bênção e paz de Jesus em resposta às nossas humildes petições, e luz e alegria animavam o coração dos que antes desesperavam.

Com diligente exame de consciência e humildes confissões, chegamos devotamente ao tempo da expectação. Todas as manhãs sentíamos que nosso primeiro trabalho era assegurar-nos de que nossa vida estava reta diante de Deus. Compreendíamos que se não estivéssemos progredindo em santidade, estaríamos certamente retrocedendo. Aumentava o nosso interesse de uns para com os outros; orávamos muito, conjuntamente, e uns pelos outros. Congregávamo-nos nos pomares e bosques para ter comunhão com Deus e dirigir-Lhe nossas petições, sentindo nós mais completamente Sua presença quando rodeados por Suas obras naturais. As alegrias da salvação nos eram mais necessárias do que a comida e a bebida. Se nuvens nos obscureciam o espírito, não ousávamos repousar ou dormir antes que fossem varridas pela certeza de que éramos aceitos pelo Senhor.

A Passagem do Tempo

O povo expectante de Deus aproximava-se da hora em que estremecidamente esperava suas alegrias se completassem na vinda do Salvador. Mas de novo passou o tempo, sem qualquer demonstração do advento de Jesus. Foi amargo o desapontamento que atingiu o pequeno rebanho, cuja fé tinha sido tão forte, e tão elevada a esperança. Estávamos, porém, surpresos de que nos sentíssemos tão livres no Senhor, e tão fortemente fôssemos amparados por Sua força e graça.

A experiência do ano anterior, contudo, repetira-se em maior proporção. Grande número de pessoas renunciara a sua fé. Alguns que tinham sido muito confiantes, ficaram tão profundamente feridos em seu orgulho, que queriam como que fugir do mundo. Como Jonas, queixavam-se de Deus, e preferiam a morte à vida. Os que haviam baseado sua fé na evidência de outrem, e não na Palavra de Deus, estavam de novo prontos para mudar de opinião.

Ficamos desapontados, mas não desanimados. Resolvemos refrear-nos da murmuração naquela severa prova pela qual o Senhor nos estava purificando das escórias e refinando-nos como o ouro no fogo; resolvemos submeter-nos pacientemente ao processo de purificação que Deus julgava necessário para nós, e aguardar com paciente esperança que o Salvador remisse Seus filhos provados e fiéis.

Estávamos firmes na crença de que a pregação do tempo definido era de Deus. Foi isso que levou os homens a examinar a Bíblia diligentemente, descobrindo verdades que antes não haviam percebido. Jonas foi mandado por Deus para proclamar nas ruas de Nínive que dentro de quarenta dias a cidade seria subvertida; Deus, porém, aceitou a humilhação dos ninivitas, e lhes prolongou o período de graça. Contudo, a mensagem que Jonas levara, foi enviada por Deus. Nínive foi provada de acordo com Sua vontade. O mundo olhava para a nossa esperança como uma ilusão, e nosso desapontamento como o seu consequente malogro; entretanto, ainda que estivéssemos errados quanto ao que deveria ocorrer naquele período, não havia em realidade falta de cumprimento na visão que parecia tardar.

Aqueles que tinham esperado a vinda do Senhor não estavam sem consolação. Haviam obtido valioso conhecimento da pesquisa da Palavra. O plano da salvação estava mais claro em sua compreensão. Cada dia descobriam novas belezas nas páginas sagradas, e uma maravilhosa harmonia através delas todas, um texto explicando outro e não havendo nenhuma palavra empregada em vão.

Nosso desapontamento não foi tão grande como o dos discípulos. Quando o Filho do homem cavalgava triunfantemente para Jerusalém, esperavam que Ele fosse coroado Rei. O povo se ajuntava de toda a região em redor, e exclamava: "Hosana ao filho de Davi!" Mat. 21:9. E quando os sacerdotes e anciãos pediram a Jesus que silenciasse a multidão, Ele declarou que, se eles se calassem, as mesmas pedras clamariam, pois a profecia deveria cumprir-se. Não obstante, dentro de poucos dias esses mesmos discípulos viram seu amado Mestre, que acreditavam iria reinar no trono de Davi, estendido na torturante cruz, por sobre os fariseus zombadores e sarcásticos. Suas elevadas esperanças foram frustradas, e as trevas da morte os cercaram. Todavia Cristo estava sendo fiel às Suas promessas. Doce foi a consolação que proporcionou a Seu povo, e rica a recompensa dos verdadeiros e fiéis. O Sr. Miller e os que com ele se achavam supuseram que a purificação do santuário, de que fala Daniel 8:14, significava a purificação da Terra pelo fogo antes de se tornar a habitação dos santos. Isso deveria ocorrer por ocasião do segundo advento de Cristo; portanto, esperávamos aquele acontecimento no fim dos 2.300 dias-anos. Depois de nosso desapontamento, porém, as Escrituras foram cuidadosamente pesquisadas, com oração e fervor; e após um período de indecisão derramou-se luz em nossas trevas; a dúvida e a incerteza foram varridas.

Em vez de a profecia de Daniel 8:14 referir-se à purificação da Terra, era então claro que se referia ao trabalho de nosso Sumo Sacerdote a encerrar-se nos Céus, à conclusão da obra expiatória, e ao preparo do povo para suportar o dia de Sua vinda.

Fonte: Ellen G. White. Vida e Ensinos. p. 45-56

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Como Ellen G. White tornou-se adventista.



A família de meu pai, de quando em quando, frequentava a igreja metodista, e também as reuniões para estudos, realizadas em casas particulares.

Experiências na Reunião de Estudos

Uma noite, meu irmão Roberto e eu fomos à reunião de estudos. O pastor, que a devia presidir, estava presente. Ao chegar a vez de meu irmão dar testemunho, ele falou com grande humildade, se bem que com clareza, acerca da necessidade de um completo preparo para encontrar o Salvador, quando vier nas nuvens do céu com poder e grande glória. Enquanto meu irmão falava, uma luz celeste lhe abrasou o rosto, usualmente pálido. Pareceu ser levado em espírito acima do ambiente em que se achava, e falou como se estivesse na presença de Jesus.

Quando fui convidada para falar, levantei-me, com o espírito livre, com o coração cheio de amor e paz. Contei a história do meu grande sofrimento sob a convicção do pecado, e como finalmente recebera a bênção que havia tanto procurava - completa conformidade com a vontade de Deus - e exprimi minha alegria nas boas-novas da próxima vinda de meu Redentor para levar Seus filhos consigo.

Quando acabei de falar, o pastor dirigente perguntou-me se não seria mais agradável viver uma longa vida de utilidade, fazendo bem aos outros, do que vir Jesus imediatamente e destruir os pobres pecadores. Repliquei que anelava a vinda de Jesus. Então o pecado teria fim e desfrutaríamos para sempre a santificação, sem que houvesse o diabo para nos tentar e transviar.

Depois de encerrada a reunião, percebi que era tratada com visível frieza por aqueles que anteriormente tinham sido benévolos e amáveis comigo. Meu irmão e eu voltamos para casa, sentindo-nos tristes por ser tão mal compreendidos pelos crentes, e por o assunto da próxima volta de Jesus despertar-lhes tão severa oposição.

A Bem-Aventurada Esperança

Em caminho para casa, conversamos seriamente a respeito das evidências de nossa nova fé e esperança. "Ellen", disse Roberto, "estaremos enganados? É esta esperança do próximo aparecimento de Cristo sobre a Terra uma heresia, para que pastores e ensinadores religiosos a ela se oponham tão veementemente? Eles dizem que Jesus não virá senão daqui a milhares e milhares de anos. Se tão-somente se aproximam da verdade, então o mundo não poderá acabar em nosso tempo."

Eu não ousava favorecer a incredulidade um momento que fosse, e repliquei prontamente: "Não tenho dúvida de que a doutrina pregada pelo Sr. Miller é a verdade. Que poder lhe acompanha as palavras! Que levam convicção ao coração do pecador!"

Conversamos sobre o assunto com toda a lealdade enquanto caminhávamos, e concluímos ser nosso dever e privilégio esperar a vinda de nosso Salvador, e que mais seguro seria preparar-nos para o Seu aparecimento e estarmos prontos para encontrá-Lo com alegria. Se Ele viesse, o que não seria daqueles que então diziam: "O meu Senhor tarde virá", e que não tinham desejo de vê-Lo? Admirava-nos como havia ministros que ousassem acalmar os temores de pecadores e crentes relapsos, dizendo: "Paz, paz!" enquanto a mensagem do aviso estava sendo proclamada em todo o país. A ocasião parecia-nos muito solene; compreendíamos não ter tempo a perder.

"Cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto" - observou Roberto. "O que tem feito por nós esta crença? Convenceu-nos de que não estávamos preparados para a vinda do Senhor; de que devemos tornar-nos puros de coração, do contrário não poderemos encontrar em paz o nosso Salvador. Despertou-nos para procurar nova força e graça divinas.

"O que fez ela por ti, Ellen? Serias o que agora és, se não tivesses ouvido a doutrina da próxima vinda de Cristo? Que esperança te inspirou ao coração? Que paz, alegria e amor te proporcionou? Para mim, fez tudo. Amo a Jesus e a todos os cristãos. Aprecio a reunião de oração. Tenho grande alegria na leitura da Bíblia e na oração."

Nós ambos nos sentimos fortalecidos com essa conversa, e resolvemos não nos afastar de nossas honestas convicções da verdade, e da bem-aventurada esperança da próxima vinda de Cristo nas nuvens do céu. Sentíamo-nos gratos por poder discernir a preciosa luz e alegrar-nos na expectativa da vinda do Senhor.

O Último Testemunho na Reunião de Estudos

Não muito tempo depois disso, de novo assistimos à reunião de estudos. Precisávamos de oportunidade para falar do precioso amor de Deus que nos animava a alma. Eu, especialmente, desejava falar da bondade e misericórdia do Senhor para comigo. Operava-se em mim uma tão grande mudança que parecia ser meu dever aproveitar toda oportunidade para testificar do amor de meu Salvador.

Ao chegar a minha vez de falar, relatei as evidências que provavam que eu fruía o amor de Jesus e olhava para a frente com alegre expectação de logo encontrar o meu Redentor. A crença de que a vinda de Cristo estava próxima me havia estimulado a alma a buscar mais fervorosamente a santificação do Espírito de Deus.

Neste ponto, o dirigente da classe interrompeu-me, dizendo: "Recebeste a santificação pelo Metodismo, pelo Metodismo, irmã, não por uma teoria errônea."

Fui compelida a confessar a verdade de que não era pelo Metodismo que meu coração havia recebido nova bênção, mas pelas verdades estimuladoras relativas ao aparecimento pessoal de Jesus. Por meio delas eu encontrara paz, alegria e perfeitoamor. Assim terminou o meu testemunho, o último que eu daria na reunião de estudos com meus irmãos metodistas.

Roberto então falou com mansidão, conforme era o seu modo, mas de maneira clara e tocante que alguns choraram e ficaram muito comovidos; outros, porém, tossiam em sinal de desagrado e pareciam muito a contragosto.

Depois de sairmos da classe, falamos de novo sobre a nossa fé, e maravilhamo-nos de que nossos irmãos e irmãs cristãs, de tal maneira não pudessem suportar que se lhes falasse uma palavra referente à vinda do nosso Salvador. Convencemo-nos de que não mais devíamos freqüentar a reunião da classe. A esperança do glorioso aparecimento de Cristo nos enchia a alma, e disso falaríamos quando nos levantássemos para dar testemunho. Era evidente que não poderíamos ter liberdade na reunião de estudos, pois nosso testemunho provocava escárnio e sarcasmo que ouvimos, finda a reunião, de irmãos e irmãs a quem tínhamos respeitado e estimado.

Propagando a Mensagem do Advento

Os adventistas realizavam por esse tempo reuniões no Salão Beethoven. Meu pai, com sua família, a elas assistiam com boa regularidade. Supunha-se que o segundo advento deveria ocorrer no ano 1843. O tempo para que toda alma fosse salva parecia tão breve que resolvi fazer tudo que estava ao meu alcance para conduzir pecadores à luz da verdade.

Eu tinha duas irmãs em casa: Sara, que era vários anos mais velha do que eu, e minha irmã gêmea Elizabeth. Trocamos idéias e decidimos ganhar o dinheiro que pudéssemos para empregar na compra de livros e folhetos para distribuição gratuita. Isso era o melhor que poderíamos fazer, e alegremente fizemos esse pouco.

Nosso pai era chapeleiro, e a tarefa que me tocava era fazer as copas dos chapéus, sendo essa a parte mais fácil do trabalho. Também fazia meias a vinte e cinco centavos de dólar o par. Meu coração estava tão enfraquecido que, para fazer esse trabalho, eu era obrigada a recostar-me na cama; entretanto, dia após dia ali me assentava, feliz por poderem meus dedos trêmulos fazer algo para trazer uma pequenina contribuição à causa que eu amava tão encarecidamente. Vinte e cinco centavos de dólar por dia era tudo que eu poderia ganhar. Quão cuidadosamente punha de lado as preciosas moedinhas de prata que assim ganhava e deveriam ser gastas em impressos destinados a esclarecer e despertar os que estavam em trevas!

Não tinha tentação de gastar meus lucros para minha própria satisfação. Meu vestuário era simples; nada era gasto em ornamentos desnecessários, pois a ostentação vã me parecia pecaminosa. Assim é que sempre tinha em depósito um pequeno fundo com que comprar livros convenientes. Estes eram colocados nas mãos de pessoas experientes a fim de os espalharem.

Cada folha destes impressos parecia preciosa aos meus olhos; pois era um mensageiro de luz ao mundo, ordenando às pessoas que se preparassem para o grande evento que estava às portas. A salvação das almas era a minha preocupação de espírito, e confrangia-se-me o coração por aqueles que se lisonjeavam de estarem vivendo em segurança, enquanto a mensagem de advertência estava sendo proclamada ao mundo.

A Questão da Imortalidade

Um dia ouvi uma conversa entre minha mãe e minha irmã, com referência a um discurso que havia pouco tinham ouvido, a propósito de que a alma não tem imortalidade inerente. Alguns dos textos usados pelo ministro, como prova, foram citados. Entre eles lembro-me de que estes me impressionaram muito fortemente: "A alma que pecar, essa morrerá." Ezeq. 18:4. "Os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma." Ecl. 9:5. "A qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; Aquele que tem, Ele só, a imortalidade." I Tim. 6:15 e 16. "A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, e honra, e incorrupção." Rom. 2:7.

"Por que", disse minha mãe depois de citar as passagens antecedentes, "deveriam eles procurar aquilo que já têm?"

Escutei estas novas idéias com interesse intenso e solícito. Quando fiquei sozinha com minha mãe, perguntei-lhe se realmente cria que a alma não era imortal. Sua resposta foi que ela receava tivéssemos estado em erro no tocante àquele assunto, assim como a alguns outros.

"Mas, mamãe", disse eu, "a senhora acredita realmente que a alma dorme na sepultura até à ressurreição? Acha que, ao morrer, o cristão não vai imediatamente ao Céu, nem o pecador ao inferno?"

Ela respondeu: "A Bíblia não nos dá prova de que haja um inferno a arder eternamente. Se houvesse esse lugar, deveria ser mencionado no Volume Sagrado."

"Oh! mamãe", exclamei eu com espanto, "esta é uma estranha maneira de a senhora falar! Se a senhora crê nessa estranha teoria, que ninguém o saiba; pois receio que os pecadores não se sintam em segurança com essa crença, e nunca desejem buscar ao Senhor."

"Se esta é uma sólida verdade bíblica", replicou ela, "em vez de impedir a salvação dos pecadores, será o meio de os ganhar para Cristo. Se o amor de Deus não induzir o rebelde a se entregar, os terrores de um inferno eterno não o levarão ao arrependimento. Além disso, não parece ser uma maneira justa de ganhar almas para Jesus, o apelo para um dos mais baixos atributos do espírito - o medo abjeto. O amor de Jesus atrai; ele subjugará o mais duro coração."

Somente alguns meses depois desta conversa é que ouvi algo mais acerca dessa doutrina; mas durante esse tempo meditei muito sobre esse assunto. Quando ouvi uma pregação em que era exposto, cri que era a verdade. Desde a ocasião em que aquela luz relativa ao sono dos mortos raiou em meu espírito, dissipou-se para mim o mistério que encobria a ressurreição, e este grande fato assumiu uma nova e sublime importância. Meu espírito muitas vezes se conturbara nos esforços para reconciliar a imediata recompensa ou castigo dos mortos com, o indubitável fato de uma ressurreição e juízo futuros. Se por ocasião da morte a alma entrava na felicidade ou desdita eternas, onde a necessidade de ressurreição para os míseros corpos que se reduzem a pó?

No entanto essa nova e bela fé ensinou-me a razão por que os escritores inspirados tanto se ocuparam da ressurreição do corpo; era porque o ser todo estava a dormir no túmulo. Agora podia ver claramente o engano de nossa opinião sobre esta questão.

A Visita do Pastor

Nossa família toda estava profundamente interessada na doutrina da próxima vinda do Senhor. Meu pai fora uma das colunas da igreja metodista. Atuara como exortador e como dirigente das reuniões nas casas situadas a certa distância da cidade. Contudo, o ministro metodista fez-nos uma visita especial, e aproveitou a ocasião para nos informar de que a nossa fé e o metodismo não poderiam andar de mãos dadas. Ele não indagava as razões por que críamos, tal como fazíamos, nem recorria à Bíblia a fim de nos convencer de erro; declarava, porém, que adotáramos uma nova e estranha crença que a igreja metodista não poderia aprovar.

Meu pai retorquiu que ele deveria estar enganado ao chamar nova e estranha aquela doutrina; que o próprio Cristo, em Seus ensinos aos discípulos, pregara Seu segundo advento. Dissera Ele: "Na casa de Meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito: vou preparar-vos lugar. E, se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo para que onde Eu estiver estejais vós também." João 14:2 e 3. "E estando com os olhos fitos no céu, enquanto Ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco, os quais lhe disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no Céu, há de vir assim como para o Céu O vistes ir." Atos 1:10 e 11.

"E", disse meu pai, entusiasmando-se com o assunto, "o inspirado Paulo escreveu uma carta para animar os crentes de Tessalônica, dizendo-lhes: 'A vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando Se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do Seu poder; como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais por castigo padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do Seu poder, quando vier para ser glorificado nos Seus santos, e para Se fazer admirável naquele dia. ...' II Tess. 1:7-10. 'Porque o mesmo Senhor descerá do Céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.' I Tess. 4:16-18.

"Esta é uma grande autoridade para nossa fé. Jesus e Seus apóstolos tratam demoradamente do acontecimento da segunda vinda, com alegria e triunfo; e os santos anjos proclamam que o Cristo, que ascendeu ao Céu, virá outra vez. Esta é a falta que cometemos - crer na palavra de Jesus e de Seus discípulos. Esta é uma doutrina muito antiga, e não tem vestígio de heresia."

O ministro não tentou citar um único texto que provasse estarmos em erro, desculpando-se, porém, com a alegação de falta de tempo. Aconselhou-nos a que silenciosamente nos retirássemos da igreja, e evitássemos a publicidade de um processo regular de exclusão. Nós sabíamos que outros de nossos irmãos estavam recebendo idêntico tratamento por causa semelhante, e não quisemos dar motivo para que entendessem que nos envergonhávamos de reconhecer a nossa fé ou éramos incapazes de baseá-la nas Escrituras; nestas condições, meus pais insistiram para que fossem cientificados das razões deste pedido.

A única resposta a isso foi a declaração evasiva de que andáramos contrariamente às normas da igreja, e o plano mais acertado seria retirar-nos voluntariamente dela para evitar um processo. [1] Replicamos que preferíamos um processo regular, e pedimos que nos informassem de que pecado éramos acusados, visto estarmos conscientes de não ter cometido falta alguma por aguardar e desejar o aparecimento do Salvador.

Obs:
1 
   Assim por nenhum outro motivo que não seu firme testemunho em relação à sua crença na volta de Cristo, a família Harmon foi separada da igreja metodista.

Fonte: Ellen G. White. Vida e Ensinos. Capítulo: “A Fé Adventista”. p. 35-44.